A gente sempre conhece a hora certa. Há um lugar em nós onde
mora o imperativo. Um dia parecemos felizes numa vida onde tudo já encontrou o
seu lugar. E olhamos para tudo e dizemos: “agora sim”. Então o imperativo
aparece: “Despeça-se. Chegou a hora de ir”.
O que parece um abandonar-se será sempre um renascer. Em
busca do ampliar. É doce debaixo da água. Mas não se respira. A jornada será
sempre íntima, pessoal e intransferível. É preciso. E a gente simplesmente
sabe. O imperativo dizendo “agora”. A vertigem do abismo. A gente olha pra
baixo e tem medo. O que nos faz recuar da beirada do abismo não é o medo de
cair. É o medo de não dar conta da vontade do mergulho, é o medo da entrega
alucinada, do vôo em direção ao escuro.
Seu belo texto me fez lembrar de um pensamento: saber o que se é é inapreensível. Os nossos modos de fazer e sentir fazem alusão àquilo que realmente somos. Para quem quer saber de si, só somos por reflexo, indícios. As formas de nos relacionamos com o mundo são pistas a desvendar. Beijos
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