Escritora convidada: Regis Pinheiro
No
antigo Egito a masturbação era algo tratado com naturalidade, inclusive as
mulheres, quando morriam, eram mumificadas e enterradas com dildos feitos de
argila.
Se
formos pesquisar sobre a masturbação feminina, encontraremos poucas informações,
levando em consideração que, para os homens, existem mais referências. Mas,
mesmo assim, vamos ver que a masturbação era algo comum entre vários povos e,
também há quem não acreditava que era tão natural assim. Os Indianos, por
exemplo, acreditavam que masturbação era deixar a força vital ir embora, como
desperdício, assim eles criaram o sexo tântrico.
Após
o cristianismo o ato de masturbar foi tratado como algo “pecaminoso”, proibido
tanto para homens menos ainda para as mulheres.
Até
hoje, no século XXI, apesar de termos mais informações, ainda acredito que para
muitas mulheres esse assunto seja tabu. Foram muitos séculos de doutrinação
para que, nós mulheres, entendêssemos que nossos corpos são para o prazer do
outro e não para nós também.
Geralmente,
descobrimos a masturbação na infância mesmo que sem cunho sexual é nessa fase
que descobrimos nosso sexo. É na puberdade (salvo exceções) que vamos usar a
masturbação como satisfação sexual e/ou curiosidade.
Para
muitas meninas, esse ato vem com uma carga mais pesada, pois, além da herança
religiosa, ainda há a carga construída socialmente quando nós somos criadas
para nos “comportarmos” ou não encontraremos um marido: senta direito; não use
roupas curtas, etc.
Primeiro
existe o desejo, a vontade e quando conseguimos passar por essas barreiras,
tentamos aprender mais sobre nossos corpos, como sentimos prazer.
Gosto
de pensar que a masturbação feminina é um ato político. É o momento que
descobrimos que podemos nos dar prazer, nos sentir vivas e ir contra todo esse
peso social que nos é dado sem questionarmos. É o momento que nos fazemos
pessoas reais, com desejos.
Ainda
por vivermos numa sociedade patriarcal e muito machista, cabem para nós
mulheres, nos permitimos esses pequenos (e por muitas vezes os melhores)
prazeres, cabe para nós tomarmos esse ato como algo tão natural quanto comer ou
beber.
Vamos
sentir nossas vaginas, tocá-las, apalpá-las, esfregá-las, penetrá-las com
dedos, com dildos, vibradores, friccionar o clitóris, pressionar a vulva, os
pequenos lábios, os grandes, o capuz. Vamos sentir prazer! Porque até mesmo
quando procuramos informações sobre nossas vaginas, essas informações não vêm
acompanhadas das infinitas possibilidades de prazeres que podemos sentir.
Regis Pinheiro, 19/04/2017
Acima de todos os gêneros, de sentimentos fluídos, apaixonada, de par com a mulher mais incrível do mundo e acreditando que vale a pena ser o que é.
Muito bom e que incrível esse lado da Régis escritora, se possível acrescente referências para achar os poucos materiais sobre masturbação feminina. E cá entre nós, nossa nossa esse final hem!
ResponderExcluirMuito bom! Ótimo texto.
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