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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Metamorfa

Então abriu os olhos de novo.
Não aqueles olhos que viam o mundo de dentro para fora, mas os olhos que a viam de verdade.
Olhos para olhar de dentro para dentro.
Era a hora de encarar-se com certeza.
Não essas certezas prontas, mas as certezas que constroem a alma.
Ela estava se sentindo sufocada há muito tempo.
Vida presa, atada, incerta, pressionada.
Mas apenas uma prisão lhe segurava; a liberdade!
Abriu bem os olhos para contemplar a face que a encarava, a face que ela era mesma.
Sim, era preciso avançar, era preciso dar mais um passo.
Eram tantos os seus desejos.
O tempo urgia em seus ouvidos, seus poros, seus sentidos.
Era preciso avançar.
E ela apressou o passo. Era a hora a certa de se encontrar.
Domina-la, era impossível.
Obriga-la, uma fatalidade.
Nada lhe aborrecia mais e era sabido que isso corroía seu existir, era sabido que ela acumulava...
Ela guardava, guardava, guardava... até a hora de explodir.
Explodia em vida e em cores, sorria seu sacarmos ao mundo.
Mundo esse que estava rendido aos seus pés,
Não tinha volta, ela sabia que o tempo estava gastando os sentires.
Era palpável e desfazia, tudo ia escapar por entre os dedos. Aceitou.
A vida é feita de recomeços!


Por Mariah Alcântara.
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